No mês de março, me inscrevi para fazer um curso de cerâmica com a Miru Brugmann, uma artista plástica argentina que agora mora no Rio e faz lindos vasinhos. Eu acompanho o Instagram dela e vi que estaria em SP para dar um workshop na loja Collector 55, em Pinheiros. Rapidinho me inscrevi, garanti minha vaga e no dia marcado lá fui eu.
Esta era uma técnica que eu nunca tinha experimentado de ponta a ponta. O mais próximo que cheguei foi a massa cerâmica fria DAS (que tem para vender na Kalunga!).
Em quatro dias, ela ensinaria o básico da chamada cerâmica industrial. Introdução, modelagem, pintura e técnicas de decoração. Pela ausência de um forno para queima no local, esta etapa foi feita posteriormente.
O objetivo deste texto não é ensinar como faz, repassar a técnica ou explicar os termos técnicos. Quero contar um pouco desta primeira experiência, minhas impressões e o que eu faria de diferente em uma próxima ocasião.
1. Ideias – assim que me inscrevi, comecei a pensar em ideias do que eu faria, mas não levei muito a fundo. Fiz uns rascunhos no papel e só. Talvez porque ter achado que na primeira aula teríamos um tempo reservado para pensar em projetos. Mas foi literalmente “mão na massa”. Meu rascunho me salvou!
2. Referências – minha amiga de classe levou no celular vários prints de Instagram e Pinterest de referências de formas, pinturas, formatos… Foi super útil pra mim na hora de pintar e decorar. Por ser uma técnica que eu não dominava e um curso com tempo limitado, valeu a pena dar uma olhada no que funciona nesta plataforma. Não para copiar ipsis literis, mas para abrir a cabeça e dar caminhos.
3. Utilidade – cerâmica é legal porque depois de queimada fica durável e impermeável, servindo para várias coisas. Pode ser prato, vaso, copo, pote… Eu tinha pensado em fazer vasinhos para suculentas, que ficariam para mim e outros para presentear. Mas no fim, algumas peças ficaram tão pequenas que vão servir apenas de enfeite, tipo esse passarinho da primeira foto. Valeria uma programação melhor aqui, por exemplo, um pote grande + um copo de chá + um vasinho médio para suculentas + um cachepô para pendurar, etc
4. Iguais ou diferentes – essa é uma boa pergunta que não tenho resposta. O que vale mais a pena em um curso curto: dentro de um tema único, fazer muitas peças OU fazer uma peça de cada dentro de vários temas? Eu experimentei um pouco de cada, fiz três cogumelos, dois vasos, um passarinho, um carretel… Talvez em uma próxima vez eu faça 6 copos iguais, para treinar a modelagem, e brincar de diferenciá-los através da pintura.
5. É brincadeira – tem que relaxar, não é escola, não tem prova e nem julgamento. É uma brincadeira, leve, que não precisa ser séria. E os erros podem ser acertos! Este é um pensamento que acredito. Colocar esforço em uma peça para chegar no fim e descobrir que deu errado acontece. Mas não destrua. Olhe com outros olhos e veja se não pode virar alguma outra coisa! Eu me apego…
6. Aprender a hora de parar – a modelagem não é muito diferente do que fazíamos na escola ao brincar com argila, fazendo cinzeiros e cobrinhas. Uma bola vai sendo modelada até virar um copo. Dá para ir mexendo até afinar, encompridar, crescer. Mas qual a hora de parar? Um bom exercício de imaginação e de olhar. Na etapa da pintura mais ainda. Bolinhas? Ok. Mas quantas? E mais listras, xadrez, rabiscos. Quanto fazer e quando parar?
7. Viva o professor – apesar de ser uma descoberta e um exercício individual, o professor está lá! No caso deste curso, professora :-) Lembrar de tirar dúvidas, fazer perguntas, pedir referências e aproveitar da experiência de erros e acertos. Também dicas do caderninho de endereços: onde comprar materiais, melhores preços… E favoritos: artistas, links, youtube, etc
8. E viva as colegas também! – curso é uma experiência social, tem que aproveitar. Para aprender sozinha e em casa, tem o Youtube. Em classe, trocar ideias, trocar contatos, trocar experiências e bater muito papo!
Os cursos de cerâmica andam pipocando por aí. Minha teoria é que juntou a onda de faça-você-mesmo com a paixão por suculentas e o negócio explodiu.
No Facebook, Instagram e outras redes sociais o pessoal costuma anunciar eventos de curta duração para quem quer experimentar a técnica. Como aluna, eu recomendo.
Aproveitem o post e usem o espaço dos comentários para dividir dicas de cursos, professores e lojas de materiais.
Que delícia, Claudia. O curso, o convívio, o aprendizado, a troca e este post . O máximo que um dia fiz com modelagem foi um jogo completo de sala de estar em argila, quando eu estava, provavelmente, na 4a série rs. Foi só há uns 44 anos rs. Tuas peças ficaram muito fofas. Bjinho.
Que legal tudo isso! eu estava falando hoje mesmo com Raphael sobre cerâmica, porque fui na casa de uma mocinha que conheci aqui e ela fez artes-plasticas. Daí vi umas ceramicas e fiquei perguntando pra ela como ela fez e tals, ela me explicou algumas coisas. Fiquei com super vontade de fazer uns vasinhos, mas não sei nem por onde começar. Quem sabe um dia eu tire um tempo pra aprender.. beijo!
Delícia de post, despretencioso mais rico de observações. Aprender é sempre o algo a mais para o profissional e o intelectual. Modelar, criar e o fazer manual é a onda maid que bem vinda do momento. Me sinto realizada e completa fazendo algo único.