Nem só de baile de máscaras vive Veneza. Quem vai para lá a turismo, pode fazer como eu fiz e pegar um vaporetto (o ônibus-barco da cidade) e fazer um passeio até a ilha de Burano, distante cerca de 30 minutos de viagem. O nome soou familiar? É que é muito parecido com o nome da vizinha Murano, de onde saem os famosos vidros coloridos. Mas voltando a Burano, conhecida também como a ilha dos artistas, a especialidade é outra: a renda. A foto acima mostra uma cena do passado, quando ainda funcionava na pequena vila esta escola de renda (Burano Lace School), fundada em 1872. Quem diria que isso existiu, uma escola de RENDA!
Aqui neste linktem uma foto mais aproximada, com o zoom dá para reparar nas moçoilas sentadinhas, fazendo seus trabalhos manuais.
Na foto à esquerda, a fachada da escola na praça principal. Desde 1981, o espaço foi transformado em museu. Merletto, que significa renda, vem da palavra italiana ‘merli’ que é o nome dado aos detalhes arquitetônicos que enfeitavam as construções medievais e os palácios de estilo gótico de Veneza. Dentro do prédio, o visitante encontra várias peças em exibição, desenhos, fotografias, diários, além de detalhes sobre as técnicas utilizadas.
Na foto à direita, uma pedacinho do que é a ilha de Burano. Mesmo se você chegar lá e der com a porta na cara do museu (foi o meu caso, porque na época o museu fechava as 15h30 – aqui no site tem os horários), você vai se encantar com as casinhas coloridas do local. No guia, eu li que essa tradição de usar cores veio dos pescadores, que escolhiam cores marcantes para identificar suas casas e vê-las de longe quando voltavam de barco para a ilha depois de um dia de trabalho.
Há muitos e muitos séculos, ter uma peça de roupa com detalhes de renda veneziana era um super símbolo prestígio e luxo. Moda vai, moda vem, chegou uma época que ninguém mais queria saber de renda e, infelizmente, a escola fechou em 1930. Mas as tendências são cíclicas e parece que agora a renda voltou com tudo. Ufa, porque a gente aqui é do time renda forever.
Aliás, pra quem não viu, nas últimas semanas fizemos dois tutoriais usando renda, um de colar e um de cinto. Coincidentemente, ficamos sabendo, graças à Vivi Reis, que em uma das últimas edições da Elle, saiu na seção de compras um colar deste mesmo estilo, na cor verde-limão. E a Andrea viu em uma vitrine de lojas de acessórios, uma tiarinha lilás muito fofa, feita com um pedaço de renda tingida e endurecida.
A parte chata dessa retomada de renda na moda mainstream é que a renda artesanal perdeu muito espaço para a industrial – hoje as confeccções e lojas são abastecidas por toneladas e toneladas de rendas made in china. Mas procurando ainda se acha renda artesanal bem feita, principalmente no Nordeste do Brasil. Ainda existem rendeiras e peças lindíssimas sendo feitas a mão. E vocês o que acham ? Preferem as industriais baratinhas ou as artesanais ? Ou não curtem renda porque acham que é coisa de vovó ?
Como o Superziper é lido no país inteiro, quem quiser comentar e opinar sobre rendas, sinta-se a vontade. A gente vai adorar saber……
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Também no Superziper: Xeretandos nas lojas de craft de Tóquio descobrimos o masking tape, uma espécie de prima luxo da decotape. É toda feita de papel estampado e pode ser rasgada com as mãos. Será que chega por aqui logo ?
Superziper sai na frente!
Muito legais as fotos de Veneza.
Não sabia desse museu de renda, muito interessante.
bjs para vcs :)
Oi meninas!
Eu adoro renda. Principalmente as de algodão brancas, aliás de algodão só tem branca mesmo. Uso sempre muita renda.
No nordeste, mais especificamente em Alagoas, tem um tipo de renda que pode estar em extinção, que é chamada de singeleza. Tudo pq tinha uma senhorinhas já muito velhinha que era a única que sabia fazer. Não sei como ficou, mas tinha um movimento de resgate desta renda. Eu gostaria imensamente de aprender.
Beijos
Dã! Botei errado meu endereço. Ninguém merece. Acho que é devido a hora…zzzzzzzzzzz
Ai, fui pra Veneza em setembro e perdi isso!!
Nooouussa! Que lindo! Escola de Renda… Lindo e didatico. Esse foi o seu momento cultura no SuperZiper! Obrigada.
As rendas me fascinam, pena que não temos dedicação aos trabalhos manuais aqui no Brasil dese jeito… um abraço!
Não é de renda, mas adorei a ideia de uma bolsa de crochê como essa: http://www.purlbee.com/crocheted-linen-grocery-tote/
Deve ser superlevinha, pra acompanhar o lencinho de furishiki.
Ola meninas.
Sei que não é renda, mas em Santos tem um da ilha da madeira. Eu já vi, e são lindos! Se interessar, posso tentar achar o contato e escrever aki. Por enquanto só encontrei este link: http://www.santos.sp.gov.br/cgi-bin/comunicacao/listanoticias.pl?54224 . Sei que tem tb um grupo de rendas de bilros… Enfim, vou tentar localizar.
Abraço
Escola de renda não sei, mas em florianópolis existem “oficinas” de rendas tradicionais, como a tramoia e a de bilros.
Meninas, parabéns! Vcs são incríveis….
Além de dicas ótimas, vcs trazem informações culturais, contextualizam os trabalhos. Muito legal!!!!
Adoro o site de vcs, sou uma eterna devota do arts & crafts…… aprendi a costurar aos 11 anos e por aí fui…. hoje sou arquiteta e designer gráfica, com 25 anos de profissão…..e pouco tempo para o craft….
Aí vai uma dica de uma designer e pesquisadora que tem site e livros bem interessantes de DIY.
http://www.diykids.org/
http://www.design-your-life.org/
http://elupton.com/
boa sorte! abs, Leticia
Olá,to no club da amantes da Renda, faço Renda de Bilro, e nao sou do Nordeste,moro no interior do estado do RJ e faço parte de um grupo de mulheres que estao revivendo a época da renda em nossa cidade, ja que com a industrialização muitas mulheres abandonaram o antes era fonte renda e tradição:a Renda de Bilro.
No grupo de Rendeiras que eu faço parte sou a mais nova, tenho 28 anos e a maioria de minhas amigas rendeiras ja passaram dos 50, amei aprender essa tecnica, é incrivel o que podemos fazer com linhas e bilros de madeira. Ah nós participamos de um evento no fim do mês de maio, Fashion Bussines , postei o video no meu canal do youtube http://www.youtube.com/user/prikelly1?feature=mhee e estamos aí…ressurgindo com a renda artesanal em nossa cidade. Grande bjs a todas!
Faço tricô e aprendi a fazer frivolitê, por conta própria.
Usa-se uma ou duas navetes.
Custei a encontrar as navetes e nunca encontrei quem ensinasse.
Numa revista japonesa aprendi o que estava fazendo errado.
Trata-se de renda que pode ser cortada, após concluída.
Não desmancha.
Pena que não tenho tempo prá treinar, fica uma renda belíssima.
Parabéns por enfocarem assunto tão lindo!
Abreijos,
Berê