11 jun 08
outros bla bla blas
Margarete Steiff, a primeira crafter de sucesso
por Claudia

Margarete Steiff, crafter de sucesso

A história de Margarete Steiff é impressionante. Fui descobrir ao acaso, visitando o Museu do Brinquedo em Munique, na Alemanha. Na porta, havia um cartaz sobre a exibição dos 100 anos do Teddy Bear e achei que seria uma visita interessante. No final foi bem melhor do que eu esperava. Rendeu tantas descobertas, fotos e insights que não são suficientes para um único artigo: vou soltar aqui no Superziper pouco a pouco.

Margarete Steiff nasceu em 1847 na cidadezinha de Giengen on-the Brenz, a terceira de quatro filhos. Com um ano e meio de idade, teve uma febre alta que paralisou suas pernas e deixou seu braço direito debilitado. Três anos mais tarde foi dado o diagnóstico, paralisia infantil. Com a ajudadas irmãs, amigos e vizinhos foi para a escola. Aos 17 anos fez um curso e aprendeu a costurar e fazer vestidos.

Em 1874, o pai de Margarete converteu um espaço da casa em uma pequena alfaiataria. Com os primeiros ganhos, comprou uma máquina de costura. Por causa da dificuldade com o braço direito, ela sentava-se no “lado errado” da máquina para conseguir girar a manivela. Ela fundou seu próprio negócio e vendia roupas e objetos para casa. Em uma revista de moda, gostou de um elefantinho que viu e, seguindo o molde, fez dele um alfineteiro. Mas o sucesso mesmo foi com as crianças, que queriam o elefante como brinquedo.

Museu do Brinquedo, Munique Museu do Brinquedo, Munique

Em 1880, ela fundou a Steiff e o elefante era o carro-chefe, que em seis anos vendeu mais de 5 mil unidades. Ela então passou a desenhar os próprios modelos e em 1893 o catálogo da empresa contava com outros animais: macacos, cavalos, porquinhos, ratos, cachorros, gatos. Nessa época ela já empregava 4 costureiras e 10 home workers.

Em 1902, seu sobrinho, que também trabalhava na empresa, inventou um urso de pelúcia com braços e pernas que se moviam – o primeiro a ser feito assim. Margarete não acreditava muito na idéia, mas concordou que ele apresentasse a criação na feira de brinquedos de Leipzig. O sucesso começou quando um comprador americano descobriu o urso e fez um pedido de 3 mil unidades.

A partir de 1906, os ursos de pelúcia explodiram de vender nos EUA e passaram a ser conhecidos pelo nome de “Teddy Bear”.

Em 1907, a empresa tinha 400 funcionários, 1800 home workers e produziu mais de 1,7 milhão de brinquedos – destes, 970 mil eram teddy bears!

Ela morreu aos 61 anos, mas a empresa ainda existe até hoje e é sinônimo de ursos de pelúcia de tradição e qualidade.

Museu do Brinquedo, Munique

* * * * * * * * * *
Também no Superziper: Se você quer ajuda para fazer do seu hobby um negócio sério, confira as dicas que Cris Paz publicou por aqui sobre craft business.

19 ZigZags
  1. .faso disse:
    11 de junho de 2008 às 19:02

    Puxa que puxa! Realmente fiquei impressionada com a história!

    Tá aí um bom motivo para todos os bonequeiros (puxando a sardinha pro meu lado, hehehe) ficarem felizes, pois todo o nosso futuro e sucesso profissional, depende exclusivamente de duas coisas: criatividade e muito trabalho.

    Agora vou esperar ansioso pelos outros posts!

    Abraços,

    tio .faso

    Responder
  2. Cristine Cartacho Paz disse:
    11 de junho de 2008 às 19:25

    Vejam só pessoal, não só um exemplo de crafter e negócio bem sucedidos; como também de terceirização de mão-de-obra.

    “Em 1907, a empresa tinha 400 funcionários, 1800 home workers e produziu mais de 1,7 milhão de brinquedos – destes, 970 mil eram teddy bears!”

    Sim, pq chega uma hora que o negócio cresce (ainda bem né? Sinal de trintrin no caixa!)e que a gente não dá mais conta sozinha. É a ordem natural dos negócios. Junto vem o cuidado mais que redobrado com qualificação de mão-de-obra e com a qualidade dos produtos, etc…

    Claudia, adorei o post.
    Bjs

    Responder
  3. 12 de junho de 2008 às 11:20

    Não fale que a alemã aí inventou o teddy bear prum canadense!
    Eles dizem que começou por lá, na guerra Y, que bla bla bla.

    É motivo de orgulho nacional!

    Responder
  4. 12 de junho de 2008 às 11:20

    Não fale que a alemã aí inventou o teddy bear prum canadense!
    Eles dizem que começou por lá, na guerra Y, que bla bla bla.

    É motivo de orgulho nacional!

    Responder
  5. Claudia disse:
    12 de junho de 2008 às 13:59

    ~faso, achei a historia dessa mulher um exemplo. merece ser conhecida por mais gente.

    ~cris, veja bem que ela ja’ pensava em terceirizacao ha’ mais de 100 anos!

    ~carola, hehe, cada pais puxa sardinha pro seu lado. o museu de munique dizia que foi ela. peguei um livro sobre o assunto, depois te mostro…

    Responder
  6. Alessandra disse:
    12 de junho de 2008 às 20:08

    Nossa nunca tinha ouvido a história dela! Que linda! Vou pesquisar sobre ela também. Vai ter mais posts sobre ela? Que máximo!

    Responder
  7. Pil disse:
    13 de junho de 2008 às 10:21

    Mais inspirador impossível! Exemplo não só de sucesso profissional, mas de garra e superação! Amei a história e eu A-M-O teddies! Como sempre os posts de vcs são maravilhos.

    beijocas

    Responder
  8. 14 de junho de 2008 às 16:43

    muito boa essa postagem, me fez repensar meus passos, e perceber quanto trabalho tenho pela frente!

    Responder
  9. tianeu disse:
    15 de junho de 2008 às 00:56

    Noossa!!
    Acho que foi durante o carnaval que vi um filme ( sueco, penso) sobre essa mulher incrível!! Passou no Eurochannel…
    Ela prova a força do craft!!

    Responder
  10. Rosi disse:
    17 de junho de 2008 às 01:08

    Vixi!Minha vó tinha uma máquina de costura manual da Pfaff!Que saudades dela(da minha vó),que era uma costureira de mão cheia.Sustentou a família dela a vida toda fazendo isso.
    Beijoconas,
    Rosi

    Responder
  11. Celly disse:
    19 de junho de 2008 às 17:33

    Também amei saber mais sobre essa crafter ! Nunca imaginei que ela fosse a criadora dos “Teddy Bears” !
    Espero ansiosa pelos proximos posts !
    Bjs !

    Responder
  12. Anonymous disse:
    23 de junho de 2008 às 18:01

    Muito legal a história de Margarete Steiff.
    Primeiramente corajosa em ir em busca do seu sonho,virar empresária e em uma época que mulheres trabalharem fora de casa era coisa rara.
    Uma história que merecia ser contada aqui no superziper !!!!!!!
    Parabéns!!!!!!!
    (Lili)

    Responder
  13. 06 de janeiro de 2009 às 20:57

    Eu de novo!
    Tb adorei essa história. E a máquina pffaf, tenho uma bem semelhante, que herdei da minha avó, comprada em 1938, para fazer o enxoval da minha mãe. Ela costura até couro…
    Parabéns para vocês da Superziper.
    Aproveitando, quero mudar o nome do meu blog, que não gosto muito (criei na hora, na empolgação)e aceito sugestões…

    Responder
  14. 06 de janeiro de 2009 às 20:57

    Eu de novo!
    Tb adorei essa história. E a máquina pffaf, tenho uma bem semelhante, que herdei da minha avó, comprada em 1938, para fazer o enxoval da minha mãe. Ela costura até couro…
    Parabéns para vocês da Superziper.
    Aproveitando, quero mudar o nome do meu blog, que não gosto muito (criei na hora, na empolgação)e aceito sugestões…

    Responder
  15. Samuel disse:
    07 de dezembro de 2010 às 20:08

    Ainda sou criança.
    E Margarete tinha esse espírito.
    Que coisa maravilhosa!
    Lembrei-me de minha mãe (já não mais comigo). Ela amava costuras.
    Ainda há dias, visitei alguns trabalhinhos que ela deixou por terminar.
    Acho que minha amiga Fátima herdou esse espírito de coisas bonitas. Estou aqui por causa dela.
    A todas e todos, um abraço

    Responder
  16. cris disse:
    18 de fevereiro de 2011 às 09:18

    Fiquei emocionada com essa história!Afinal,ela enfrentou suas difilcudades físicas e e deixou a arte e criatividade tomarem conta da sua vida.Já dizia Chico Xavier:¨seja qual for seu problema,a solução é uma só:trabalho¨.Bela história de vida!

    Responder
  17. 18 de fevereiro de 2011 às 11:03

    Adoro saber de histórias como a da Margarete Steiff. Pessoas que são um exemplo da força de vontade e superação e empreendedorismo, coisas difíceis, pois, às vezes é mais fácil desistir, mas não há recompensa… Ela venceu vários obstáculos e com isso ajudou a melhorar a vida de muitas pessoas com o seu negócio, que para mim funciona como uma rua de mão dupla, dá-se o trabalho ($) e recebe-se a qualidade ($$) de um produto que vai fazer alguém feliz (^__^)! Todos acabam ganhando! Isso é um bom negócio. Mas apesar da época e das dificuldades, penso que naquele tempo a mão-de-obra tinha um diferencial. Falo isso porque a minha experiência com mão-de-obra foi um caos! Depois de seis anos consegui encontrar uma pessoa que faz uma costura dígna de ser vista pelo avesso! Trabalho com seda pintada à mão e crio algumas peças como echarpes, lenços, cangas etc. Já perdi muita seda, pois, tinha verganha de vender a peça depois de acabada, que viravam “arquivo morto” para futuras referências de pintura. Há uma ano tenho uma loja virtual na qual coloco minhas peças, vendo algumas, adoraria vender mais, então, a idéia do plano de negócios que vocês publicaram caiu como uma luva! Tenho que repensar no meu “negócio” e sem medo, inspirada na figura da Margarete, mandar ver! Parabéns por esse espaço no qual vi muitas coisas e assuntos SuperInteresantes! Bjokas para todos.

    Responder
  18. Vanessa disse:
    12 de março de 2011 às 13:48

    Eu fui no museo da Margarete Steiff em janeiro! ADOREI! Fantástico! É uma história linda mesmo e o museo, mesmo pequenininho, é fantástico! Me lembrou muito a minha infância e a minha vó alemã, que comprava os bonequinhos e fazia as roupinhas! Tem uma parte do museo que pode-se ver como são feitos os bichinhos e juro que eu fiquei com vontade de costurar os narizinhos!
    Parabéns pelo Blog tão interessante, bonito e de muito bom gosto! Adoro seguir vcs!

    Responder
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