31 jul 14
outras técnicas
Shibori, o tingimento quem vem do Japão
por Andrea

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Vocês já ouviram falar em shibori? É uma arte manual japonesa de tingir tecidos com padrões que são formados através de dobras e costuras. Em japonês o verbo shiboru significa = espremer, apertar, amassar. Ah, então tá explicado!  O shibori é uma técnica antiga,milenar, que recentemente vem ganhando visibilidade no ocidente e cada vez mais adeptos – reparem que muitos blogs de moda e decoração DIY gringos vêm reservando espaço para falar desta tendência e até dando dicas para fazer shibori em casa. Os shiboris em azul índigo são os mais conhecidos mas é possível trabalhar a técnica em todas as outras cores.

Através de nós, pontos e amarrações, certas áreas de tecido ficam protegidas do corante de assim se formam estampas com formas geométricas orgânicas. Há um elemento surpresa no tingimento portanto nenhum shibori é igual ao outro – aí que está a graça desta técnica. Passei o último sábado no estúdio da designer Tati Polo aprendendo a fazer shibori e minha vontade agora é sair tingindo todos os tecidos que vejo pela frente.

Fotografei algumas peças criadas pela Tati com designs diferentes, cada um feito com uma técnica própria.

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Existem várias variações de shibori. O efeito Mokume é feito com formas geométricas ou desenhos simples que são primeiro delimitados com pespontos e depois amarrados. Com as repetições cria-se os padrões mais variados.

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Este panô é uma peça bem grande e estava decorando uma parede do estúdio.

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Reparem como as cores se misturam no shibori. Uma peça pode ter várias cores e tons. Quanto mais cores tiver mais complexo e demorado é o processo de tingimento.

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Este lenço é uma dos meus favoritos, com padrões aplicados nas bordas que me lembram ouriços do mar.

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No shibori trabalha-se com corantes têxteis. Os materiais de tingimento parecem de um laboratório de química!

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São muitos pozinhos coloridos e medidas para se chegar na tonalidade certa. Segundo a Tati muito se aprende na tentativa e erro principalmente as dosagens para chegar nas cores desejadas. É bom anotar tudo para conseguir repetir as misturas de cor novamente.

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A Tati tem uma área externa e um fogareiro grande só para seus tingimentos. Desejei um igual!

Nosso primeiro tingimento foi neste tom de verde degradé com um pingo de bege. É preciso ficar fazendo um tira e pões com o tecido na água para evitar os ‘degraus’ muito acentuados na cor. Tingir também é um ótima oportunidade para malhar bíceps.

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Fazer shibori requer paciência e utiliza bastante costura, pois todos os pontos são feitos a mão! Para criar desenhos no estilo makiague, os motivos devem ser enrolados um a um, com linha especial até criar estes ‘chifrinhos’ de tecido prensado. O tecido fica assim, tridimensional! As áreas com linha não são tingidas, criando aquelas  ‘listrinhas mágicas’ características desta técnica.

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Depois dos pontos e amarrações chega a hora do banho vermelho!

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Para conseguir o efeito vermelho degradê tivemos que ficar movimentando o tecido de seda para cima e para baixo por um tempo. Se o objetivo fosse um tingimento por igual era mais fácil, só jogar o tecido na água e esperar. Terminado o tingimento é preciso esperar secar bem, pode ajudar com secador se o tempo estiver frio como agora.  Remova os pontinhos com muito cuidado e seu shibori está pronto para arrasar por aí.

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A primeira ‘shiborada’a gente nunca esquece! Aqui está o meu lenço vermelho degradê em makiaguê shibori.

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O tecido verde que mostrei no começo do post virou este outro lenço feito com a técnica de mokume shibori. Este deu bem mais trabalho que o outro mas eu adorei o resultado final.  Foram usados dois tingimentos aqui, um verde de fundo e outro marrom escuro por cima. As partes costuradas mantiveram a cor de fundo original.

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O lenço de shibori fica todo enrrugadinho, com um efeito irregular  super bacana. As vezes enrruga tanto que é difícil mantê-lo aberto. Coloquei alguma pedras nas bordas para conseguir mostrar o padrão. Dá para fazer linhas retas, ondinhas….

Para quem se interessou e quiser saber sobre as próximas oficinas o contato da Tati Polo é tatiana@cocararquitetura.com.br / tel 11 35641680.

Gostaram do shibori? Já fizeram alguma experimentação com esta técnica ou algum outro tingimento manual em casa? Me contem :).

17 ZigZags
  1. 31 de julho de 2014 às 15:17

    Meninas é maravilho trabalhar com tingimento, estou no inicio e encantada.
    Tenho muito que aprender ainda. O legal que é uma combinação perfeita com o crochê.
    Pesquisei cursos achei muito caro, marquei um em outubro no universo da cor o mais barato, que ainda é caro.
    A Tati dá aula?
    Obrigada
    Beijos

    Responder
    • Andrea disse:
      31 de julho de 2014 às 15:21

      Oi Luci, ela dá oficinas, vou pegar os dados de contato e atualizo no post :). bis

      Responder
  2. luci disse:
    31 de julho de 2014 às 18:00

    Oi! Fico aguardando então.
    Obrigada

    Responder
  3. Elizabete disse:
    01 de agosto de 2014 às 01:16

    Lindos trabalhos meninas! Investi em uns corantes e produtos químicos algum tempo atrás e fiz umas experimentações em casa, até que ficaram bonitinhos, mas por mais que eu lave os tecidos, eles não param de “sangrar”. Qual é o segredo para eles pararem de soltar pigmento depois de tingidos? Vi em algumas revistas e sites americanos para se usar um tal de “Synthrapol”, mas não achei nada similar aqui.

    Obrigada!
    Bjs.

    Responder
    • Andrea disse:
      04 de agosto de 2014 às 14:26

      Para este tingimento fixamos com ácido acético adicionado a água no final do processo. bis!

      Responder
      • Elizabete Nishimori disse:
        27 de agosto de 2014 às 13:06

        Obrigada pela dica. Vou tentar em minha próxima experimentação.

        bjs.

        Responder
  4. Ivonete Biajo disse:
    01 de agosto de 2014 às 09:21

    Meu Deus td q essas meninas fazem é maravilhoso!!! Deus abençoe suas mãos…

    Responder
  5. 02 de agosto de 2014 às 00:00

    Andrea e eu pensando que era indiano essa técnica, adooooooro, faço minhas peças desde q tenho 12 anos, nunca deixo de ter uma no armario, nos anos 70 a 80 eu usava em batas, depois saias, hj lenços, a cada dia vou me especializando nas “amarrações” mas as pessoas ainda dizem “ah isso é coisa de hippie” coisa do passado, kkkk

    Responder
  6. 02 de agosto de 2014 às 15:14

    Sempre gostei de tingimentos – já fiz muitos há anos atrás. Acho lindo! Hora dessas vou retomar…! Abs.

    Responder
  7. Eliana disse:
    02 de agosto de 2014 às 16:28

    Lembrei do Batik e do tye die que eram ensinados até em artigos de revista e apesar das diferenças das técnicas os efeitos ficam parecidos

    Responder
  8. Nathalia K disse:
    04 de agosto de 2014 às 02:31

    Qual e o tecido que foi utilizado ?

    Responder
    • Andrea disse:
      04 de agosto de 2014 às 14:24

      Foi a seda! Bjs

      Responder
  9. Dione disse:
    11 de abril de 2016 às 08:44

    Qual a tinta que uso para pintar uma tira de seda na técnica shibori para que ela fique com o brilho ? Bom dia!

    Responder
  10. Dione disse:
    11 de abril de 2016 às 08:47

    Oi Andre! Estou tentando tingir uma tira de seda na técnica shibori , mas a seda não fica com o brilho. Qual tinta que uso? Um abraço

    Responder
  11. RIANE disse:
    04 de outubro de 2016 às 15:57

    Boa Tarde Andrea, mandei email sera que podem me responder? Muito obrigada

    Responder
  12. barbara brodbeck disse:
    29 de janeiro de 2018 às 21:14

    eu adoro tingimentos, mas me tire uma duvida.. ele fica amassado, mas não desamassa? Eu quero utilizar para reformar uma poltrona, mas se eu passar vai ficar ruim?

    Responder
  13. Clarice Caetano disse:
    28 de outubro de 2018 às 22:31

    Atualmente estou fazendo cangas redondas e retangulares tingidas previamente com a técnica shibori. Estão maravilhosas e super bem aceitas! Estou amando a cada dia!!

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