Quem nunca passou por isso, um novelo desfeito, todo bagunçado e cheio de nós?
Comprei este fio de algodão vermelho em um armarinho de Santa Cruz, Bolívia. Ele é daqueles mais grossinhos, para quem faz crochê para peças de decoração. Não era um novelinho – calculo que era uns 500 gramas, enrolados em uma grande meada.
Como minha ideia era usá-lo em embalagens, enfeites e coisas pequenas, nem preciso dizer que depois de um mês virou um bolo só!
Esta foto dá uma boa noção do tamanho do problema – e da proporção. Praticamente um monstro!
Um dia, com muita paciência, consegui achar a ponta solta! E comecei a puxar o fio na maluca tentativa de transformar aquilo em um novelo.
Claro que não deu certo. Eu puxava um ou dois metros e logo emperrava. Fiquei tentando desatar os nós e puxar mais um pouco de fio. Mas foi ficando impossível, por mais paciência que eu tivesse.
Então decidi “fazer do limão eu fiz uma limonada”. Comecei a puxar o máximo de linha que conseguia, cortava com a tesoura no ponto máximo e transformava aquilo em um novelinho.
Mesmo assim, não pensem que foi uma tarefa fácil.
Eu deixava esse bolo de fios na mesinha perto do sofá e, à noite, quando queria relaxar, começava a puxar o fio. Inventei esta tag para fechar cada um dos novelinhos: uma tirinha de papel e um pedaçinho de washi tape. Fazia uns 10, 20 por noite.
As vezes vinha alguém em casa e perguntava o que era aquilo. Me olhavam estranho, perguntavam porque estava fazendo aquilo, pra que gastar tempo com uma bobagem. Ninguém via sentido. Sinceramente, nem eu.
Mas teimosa que sou, depois de começar, quis terminar. E fui vendo que aquele exercício repetitivo, sem sentido, lento e paciente, foi virando quase que uma meditação pra mim. E fui percebendo que buscava aquela linha justamente quando precisava esvaziar a cabeça. Meditação Craft, ela existe!
E assim fui fazendo mais vinte, mais cinquenta novelinhos. Até que um dia a linha acabou :) Sim, esse dia chegou!
Acho até que deu uma certa melancolia de ver minha brincadeira acabar.
Não contei direito quantos dias, quantas horas ou quantos novelinhos. Sei que tem mais de 100.
E já que é para ter um propósito, vamos dar de brinde para quem passar o stand do Superziper neste sábado no Bazar Ógente de Primavera 2014! (apenas sábado)
Passem lá e levem um pouco desta história com vocês!
Uma das minhas professoras de tecelagem (que virou amiga!) me disse uma vez quando tentava desatar os nós da minha urdidura: vá aos poucos, resolva os nós mais próximos, aqueles que representam seu presente… e não se preocupe com o futuro, não tente hoje desmanchar os nós que só serão desfeitos no amanhã.
Bem isso mesmo, tem um ditado que diz “comece pelo mais fácil que o difícil fica fácil” :)
Aprendi diante da necessidade a desmanchar, o que chamamos em casa de “massarocas’, os nós de novelos de lã e linhas usados para fazer artes. Realmente eles funcionam como uma terapia: a gente puxa daqui, estica dali, o tempo vai passando e idéias vão surgindo. É como se a gente estivesse desmanchando as nossas próprias “massarocas”. Nunca havia pensado nisso, mas é realmente uma forma muito boa de fazer terapia.
Gostei do nome massaroca, eu as vezes chamo de bololô…
Tem gente que estranha mesmo, acha uma perda de tempo e até que sou doida. Mas eu simplesmente AMO fazer isso. Nunca desisto, é um desafio pra mim, vencer a mim mesma. Aprendi com minha sábia mãe. Nos faz fortes, resistentes e por que não…econômicas rs. Bjinho meninas. Guardem o meu que chego já-já!
É um novo hobby ;)
A paciência vale um tudo amiga!!!!!!!!!! bjs
Pois é, hehehe
Minha avó ensinou a seguinte simpatia – para que os nós se desfaçam com maior facilidade, enquanto efetuamos a tarefa devemos pensar numa pessoa fofoqueira Dizia ela que isso ajuda …rsss….
Adorei, hahaha! Obrigada