crédito foto: Kit Gaion
[texto originalmente escrito para a Revista MAKE by Rita Paiva, com adaptações para o blog]
Hoje vamos falar sobre momentos de ficar fora da web. Péra lá… é uma brincadeira? Pegadinha do Superziper? Psiu, vamos contar um segredo. A gente ama a Internet mas também gosta e muito de ficar offline. Porque a hora de fazer um trabalho manual é também momento de desligar o computador. Tem hora melhor do que pegar materiais usar as mãos com carinho, dedicação e sem pensar no tempo? Momento de ficar quietinha, desplugar e desacelerar!
Reparou como nossas vidas conectadas são frenéticas? Com a a internet temos acesso a tudo ao mesmo tempo agora. Levamos um tempão “pinando” projetos em painéis virtuais na Internet – mas vamos confessar, acaba não sobrando tempo para executar nada. E na vida real somos mulheres modernas e práticas. Hoje temos uma grande variedade de kits de projetos craft, onde os materiais vem cortadinhos, separadinhos, bonitinhos, é só encaixar as peças e fica pronto, lindinho. As agulhas de tricô ficaram grossas para o trabalho render mais, afinal tricô é algo que dá muito trabalho. Bem vindo ao mundo do fast craft! Já dizia aquela letra dos Titãs “só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder”. Faça um cachecol em uma hora! Nada contra; queremos uma gratificação rápida de vez em quando. Mas não vamos esquecer que pode ser bacana fazer crafts só para curtir o processo independente do resultado! Slow crafts! Costurar à mão ao invés de sentar na máquina. Tricotar pouco a pouco aquela sonhada manta de quadradinhos de crochê, onde cada quadradinho conta uma história.
Hoje temos máquinas, equipamentos, computadores super inteligentes que praticamente fazem tudo sozinhos. Mas quem disse que precisamos de tecnologia para tudo? Lá em 2011 fizemos um desafio, e lançamos um fanzine. Isso mesmo fanzine, sabe aquela revistinha feita toda a mão, desenhada, escrita e xerocada? Coisa velha, né? Justo nós que somos tão tecnológicas e fazemos um blog coisa e tal. Esquece o teclado e a tela. Bem vindo lápis, papel e cola. E não é que o fanzine deu certo?
Então chega de papo. Convidamos você a colocar um novo olhar e ritmo para as experiências manuais do dia a dia. Saia um pouco da Internet e releia aquele seu livro de crafts favorito. Pegue uma xícara de chá e sente para fazer um bordado trabalhando ponto a ponto manualmente, com carinho, cuidado e respeito. Quer ousadia? Tire a poeira da máquina de escrever e escreva uma carta datilografada como nos velhos tempos! Pode demorar semanas e até meses, tudo bem, use o tempo que precisar. Experimente o slow craft. Nós achamos que você vai gostar.
Até a nossa próxima conversa.
Nossa, que post adorável, obrigada!
Eu sinto diariamente a necessidade de desconectar, gosto de fazer coisas à mão, pontos desiguais, demãos de tinta irregulares, afinal, para mim este é o verdadeiro trabalho manual, onde nada é igual, mesmo os trabalhos reproduzidos, são sempre diferentes, cada um com a sua história!
Gosto de ver as pessoas, olhá-las nos olhos, ouvir suas vozes, os toques, os trejeitos, uma boa conversa com chá e bolachas, e justamente por este motivo não participo de redes sociais, pois, me incomoda muito ver as pessoas engolindo seus smartphones e sequer olhando o mundo em volta, vidrados nas vidas de outras pessoas, mostrando o que não são para impressionar as pessoas que não gostam.
Obrigada pelo post, foi um presente para mim!
Beijos,
Andreza Silva Souza
Sou totalmente a favor do show craft. Há muito aprendi a curtir o fazer e desfazer, e o aprendizado que vem daí, das técnicas e para a vida.
Admiro muito vocês, obrigada pela conversa agradável…
abraços carinhosos
Que papo adorável! Estava precisando desse empurrãozinho para ficar menos por esta internet tão fascinante. Até o próximo papo!
Beijos
Gostei muito! Acho que estou precisando muito fazer isso. Não é fácil, porém necessário.
Bjs.
Adorei o texto! Acho que ando pinando muito e fazendo pouco.. tenho mil “passo a passo” salvos no meu computador, mas dificilmente executo um. Vou me conectar menos e fazer mais. Esse texto foi um empurrão =) Obrigada meninas!
Altamente recomendado para todos: uma boa leitura, uma atenção maior aos da família e um bordadinho na gola de uma blusa.. ahhh. ..que achado esse mundo desplugado! Grata pelo texto. Vou enviar rapidinho para umas amigas que me acham “desligada do contexto”…amei Cláudia! !
Este post veio em hora certa. Estou passando por esta fase, desliguei tudo, recuperei meu rádio e coloquei a mão na massa. Todos os projetos, estão se tornando realidade. Depois que vi um documentário sobre o terror da moda rápida, voltei a fazer as linhas roupas. Acabei inúmeros projetos iniciados e largados pela metade. Ajustei e reformei as roupas da família. Uma sensação boa, do dever cumprido, da tarefa realizada e do eterno encanto que a manualidade dá.
Meninas… adorei o post, mas aproveitando a sugestão de vocês.. gostaria de perguntar..
Comprei uma máquina de datilografar recentemente, pra pintar de amarelão, pra decorar.. mas também gostaria de usa-la de vez em quando.. só que a tecla principal, a de espaço.. tá com defeito.. Vocês tem ideia de onde posso levar pra consertar?
Viva o Slow Craft! Esse é um tempo precioso que precisamos saber aproveitar. Faz bem para o corpo e a alma!
Nossa, este post parece que veio de encomenda pra mim…
“Mas não vamos esquecer que pode ser bacana fazer crafts só para curtir o processo independente do resultado! Slow crafts! Costurar à mão ao invés de sentar na máquina.”
Que curioso você escrever sobre isso, Claudia. Sabia que eu nem fazia nada de trabalhos manuais, justamente porque queria resultados imediatos?
Quando estava grávida do meu 3º filho, o David, lááááaaa em 1994, comecei a fazer ponto cruz, sem curso nem nada, e não é que peguei gosto pelo slow craft? Daí em diante, não fiz quase nada em ponto cruz, mas curtir o fazer é o que me interessa. Encher bobinas de máquina, desmanchar um emaranhado de linhas ou lã… costurar à mão, fazer barra de calça….opa!!! aí já é demais hahaha.
Viva o feito à mão!
Bjo pra vocês.