Sabe aquelas histórias de meninos que nunca tiveram um Ferrorama da Estrela, daí um dia viraram adultos, trabalharam, juntaram dinheiro, compram um antigo na caixa no Mercado Livre e se emocionam ao abrir? Guardadas as proporções, essa foi a minha sensação ao comprar na semana passada esta mini máquina de costura movida à corda da Glasslite.
Esta linha de brinquedos foi sucesso no comecinho dos anos 80. Naquela época, eu ia estudar depois da escola na casa de uma amiga. Depois do almoço, tinha um tempinho para brincar. Ela tinha um mini telefone desta coleção. Ficava guardado nessa redoma transparente porque era muito delicado para nossas mãozinhas. Eu não podia dar corda, só olhar enquanto ela me mostrava. E eu ficava sonhando com esse brinquedo diferente.
Nem todo mundo tinha tudo. Alguns amigos tinham uns jogos, outros tinham diferentes, bonecas também. E a gente se juntava para brincar misturando tudo. Ir na casa da Adriana era sinônimo de jogar o Jogo da Operação. Vir na minha casa era a hora de brincar com o Boca Rica. Na da Paula, tinham um brinquedo do Mickey que o tio viajante trouxe da Disney. Não precisávamos ter, bastava conviver, dividir. Ou olhar. Ou sonhar. Como fazíamos com o folheto dos brinquedos Estrela, como um catálogo de tudo o que tinham. Já era divertido ficar imaginando como seria brincar com aquilo.
Esta maquininha de costura foi comprada na Trekos e Trokos, uma loja de antiguidades na Vila Ré, zona leste de São Paulo, graças à dica do irmão de uma amiga, a Pati, que passou por lá e sentiu que era uma dica quente!
E realmente foi.
Apesar de curtir e dar valor a coisas antigas, não sou uma compradora tradicional – e muito menos assídua – de antiguidades. Assim, fui preparada. Primeiro, coloquei mentalmente um valor de quanto estaria disposta a pagar. E segundo, dei uma pesquisada no Mercado Livre pra dar uma olhada em outras opções.
Felizmente, tudo estava dentro do planejado. Até mais, eu diria. Ao vivo, vi que o mecanismo da corda funcionava, que a etiqueta estava preservada, tudo muito bonitinho!
Então… negócio feito! Levei a maquininha pra casa.
Seguindo meus hábitos da minha infância, onde tudo era dividido, resolvi fotografar em detalhes e contar esta história para vocês.
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PS: nestes últimos meses, conheci alguns brechós/lojas interessantes em SP. Deixo os nomes dos lugares, afinal são boas opções para quem curte presentes diferentes – e ainda fica a dica para o Dia dos Namorados!
- Trekos e Trokos, loja de antiguidades perto da Penha onde comprei a máquina do Kit-Kasinha da Glasslite – tinha mais uma como a minha e também outros objetos desta coleção
- Brechó Itinerante, fica perto do shopping Frei Caneca. Conheci as meninas do Coletivo Cabeças e fiz um tour pela casa, vale a visita, é bem diferente! O estoque do brechó (roupas, acessórios, objetos) tem preços justos!
- Boutique Vintage Brechó e Bar, este é praticamente em frente ao Sesc Belenzinho. Tem vários achados e a visita vale também pelo bar
Que bacana achar uma dessa e fazer justiça com a infância.
Também teria no meu cantinho da costura só pra ficar olhando.
Adorei as dicas das lojas pra conferir coisinhas antigas, vou conferir da próxima vez em que estiver em SP. <3<3<3
Muito legal isso! Eu espero encontrar um Topo Gigio. Minha irmã e eu tínhamos um cada uma quando éramos criança. Lindo, com camisetinha listrada. Eles se perderam por aí. Gostaria de encontrar um assim como você encontrou sua máquina.
” Não precisávamos ter, bastava conviver, dividir. Ou olhar. Ou sonhar. Como fazíamos com o folheto dos brinquedos Estrela, como um catálogo de tudo o que tinham. Já era divertido ficar imaginando como seria brincar com aquilo.”
Sem palavras pra isso. <3