18 set 16
casa crafttricô e crochê
Decoração com tricotin
por Andrea

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Tricotin, rabo de gato, i-cord….São muitos os nomes dados a este cordão de tricô arredondado. Feito com um mini tear e preenchido com uma estrutura de arme, vira peças decorativas como nomes e silhuetas. Fica uma graça decorando paredes de quartos infantis ou porta de maternidade e pode ser customizado a vontade do freguês. A vantagem de se usar um tear para fazer o rabo de gato é que até quem tem zero conhecimento de tricô consegue fazer.

Preparamos um passo-a-passo para mostrar como se faz as populares esculturas de tricô em arame. Vamos a ele!

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Vamos precisar de:

– Fio de arame tamanho 16 ou mais grosso (o tamanho 16 é mais fácil de moldar, quanto maior a numeração mais grosso e mais firme, porém mais dificil de moldar);
– Fio colorido para tricô ou crochê, espessura média (as marcas mais usadas são Flash, Mollet, D’Primera, Família ou similares);
– Alicate pequeno, para bijuterias;
– Tear de 4 pregos, para rabo-de-gato – tenho alguns teares que sobraram para vender, se interessar entre em contato por email super_ziper@yahoo.com.br. Também tenho estes teares em formato e cogumelo na minha loja, o Ateliê Kitsune. Fazem o mesmo trabalho, mas são mais charmosos :).

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Esta é a sequência para se tricotar no tear.
1. Primeiro passa-se pelo lado interno o fio formando um “e” em cada um dos quatro pregos.
2. Em seguida, seguindo a ordem dos pregos, passa-se o fio por fora de cada um.
3. Com ajuda de uma agulha de crochê, levante a laçada inferior passando por cima do fio superior. Faça isso nos quatro pregos, um de cada vez.
4. Repita a etapa 2 e 3 continuamente, até o rabo de gato ficar no comprimento desejado.

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A medida que for tricotando, um fio de trico tubular vai aparecendo na parte debaixo do tear. Para fazer um desenho ou palavra você vai precisar tecer um fio bem comprido.  Mas isso não sera problema pois é viciante fazer rabo de gato. Mas como saber qual tamanho exatamente fazer? Vamos ver.

Em uma folha de papel, desenhe a forma ou nome que quiser. Se escolher uma forma é importante que tenha um contorno bem definido. Eu escolhi uma nuvem.

 

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Coloque um fio passando por todo o contorno do desenho. Não precisa ser exato, quanto mais próximo melhor. Retire o fio e meça. Acrescente uns 5 cm a mais por segurança. Este é o comprimento total que voce devera tecer o seu rabo de gato.

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No caso de formas simples, sem muitos contornos. Voce pode dobrar primeiro o arame e depois encapá-lo com o tricô.

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Com o alicate, faca um argolinha nas duas pontas do arame para nao enrroscar no tricô na hora de passar.

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Agora sim. Passe o fio por dentro do tubo. Vá com muito cuidado para evitar que o fio saia para fora da trama.

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Arremate a ponta que ficou aberta. Com ajuda da agulha, passe o fio que sobrou por dentro dos quatro buraquinhos e puxe ate fechar. Eu arrematei enganxando as duas pontas do arame uma na outra. Para fechar o tubo, dei um nozinho com as duas pontas do fio que sobraram. Escondi o que sobrou do fio por dentro do tricô.

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Com esta técnica você pode fazer formas mais complexas e os famosos nomes. Para fazer nomes o processo é o mesmo porém recomendo que o fio seja encapado esticado e só depois seja moldado para formar as letras. O nome deve ser desenhado com uma linha continua, simulando o contorno que você irá fazer com o arame.

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Repare que o pingo no i é feito com o arame curvado comos e fosse um pequeno aro. Para complementar fiz  manualmente um acabamento em ponto baixo, pegando por dentro do aro.

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Qualquer motivo que tenha um contorno bem marcante poderá ser feito. As frutas são uma bela pedida.
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Se você não tem um tear, pode fazer o rabo de gato usando um par de agulhas de duas pontas (temos um vídeo antigo ensinando a fazer usando este metodo aqui).

Já tentou fazer o seu? Deu certo? Certeza que se você fizer um vai querer fazer mais um monte.

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13 set 16
outras técnicasreciclagem
Restauro uma maleta de viagem antiga
por Claudia

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Neste domingo, dei um pulo na feira do Bixiga. Fui procurar alguém que entendesse de botões e acabei sendo encontrada por esta maletinha antiga. Uma dessas já estava no meu radar, imaginava que seria ótima para guardar novelos, agulhas e material de tricô. O cartaz do preço dizia 10 reais – bom demais pra ser verdade. O ponto é que a parte de dentro estava bem detonada, diferente do exterior que estava mais bem conservado. Levei pra casa com o intuito de restaurar, algo de bom eu conseguiria tirar dela!

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Nesta foto dá para ver que o tecido estava manchado, sujo e de desfazendo. Optei por arrancar tudo. Como a estrutura estava boa, arrisquei criar um novo revestimento interno. Sem conhecimento, experiência prévia ou pesquisas na internet, fui em frente com o bom senso e os materiais que eu tinha em casa.

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• Tecido: eu tinha comprado em uma visita ao Banco de Tecidos. Tive sorte que as cores combinaram com o lado de fora. Além disso este tipo de xadrez combina com uma mala de viagens e o peso do tecido daria um bom acabamento.

• Estrutura: usei papel kraft de alta gramatura para os fundos e EVA para as laterais

• Colas: usei goma arábica para colar o tecido na estrutura e depois essa cola “Shoe Goo” para colar o revestimento na maleta

• Outros: o pincel foi pra espalhar a goma arábica e a fita crepe para reforçar as margens do tecido que dobrei para trás

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O processo foi simples mas levou tempo. Primeiro tirei as medidas do fundo e das laterais. Cortei a cartolina e o EVA com folga de 1 cm por causa das dobras do tecido. Mesmo medindo e testando, deu diferença. Tanto na parte de cima como de baixo faltaram uns 5 cm de contorno. Foi fácil de resolver: cortei e encapei uma plaquinha pequena com o tamanho do buraco e colei. Prendi com pregadores para ajudar a reforçar.

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Depois de seca, ficou assim – pronta armazenar para novelos e projetos de tricô em andamento. A alça está quase soltando, mas este acerto eu vou deixar para um outro momento, talvez recorrer a ajuda de um sapateiro!

Vale contar que o lado de fora foi limpo primeiro com pano úmido e um pouco de detergente. E depois removedor para as sujeiras e manchas mais difíceis.

Como foi minha primeira vez neste tipo de trabalho, queria saber se mais alguém já fez isso e tem dicas para compartilhar. Deixem comentários abaixo pra todo mundo que passar por aqui aprender mais um pouquinho.

E se alguém conhecer um substituto para a cola “Shoe Goo” seria ótimo! Eu ganhei este tubo de presente e está quase acabando. Tirando o cheio super forte de cola de sapateiro (talvez por conter tolueno na fórmula), ela é excelente e cola muito bem. O que mais eu poderia ter usado?

30 ago 16
craft tour
Mercearia Paraopeba, finalmente visitada!
por Claudia

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Há muitos anos, já não me lembro como, assisti no Youtube um mini documentário sobre a Mercearia Paraopeba, em Minas. A história, as crenças e a maneira de trabalhar me marcaram demais. Ainda hoje continuo a me emocionar só ao rever o vídeo, é um lugar muito especial. Dividi o link com amigos, mostrei para mais pessoas e o negócio “grudou” na minha cabeça. Prometi que um dia, sei-lá-quando, visitaria o lugar.

A história Mercearia Paraopeba não é novidade. Foi contada e recontada em vários lugares: apareceu na televisão, foi notícia de jornal e nos dias de hoje é taggeada em fotos do Instagram. Até já recebemos de alguns leitores do blog o tema como sugestão de pauta. Pois é, as pessoas fazem a conexão do lugar com o Superziper – tem muito de artesanal por lá!

Mas mesmo assim resolvi mostrar de novo, porque finalmente consegui fazer a minha tão esperada visita ao negócio mais acolhedor de Minas Gerais <3 Foi um privilégio estar lá e faço questão de contar mais uma vez o que faz da Paraopeba um lugar tão especial

Antes das fotos e da história, sugiro que os que não conhecem a Mercearia Paraopeba assistam primeiro o pequeno vídeo de 7 minutos que comentei:

É emocionante, não?! Que lugar…

Eu estava em BH com uma amiga e tínhamos um dia livre na cidade antes de voltar para SP. Ela me perguntou o que eu gostaria de fazer e, de repente, tive um estalo. Será que aquela mercearia do Youtube ficaria em uma distância viável da capital? Em poucas buscas no celular descobri tudo. A Paraopeba ficava em Itabirito, dava para ir e voltar de ônibus e, o mais importante, estava aberta! Uhuuu, ia dar certo. A viagem durou cerca de 1h30 e foi bem tranquila. Mas eu estava ansiosa!

Chegando na cidade, o motorista recomendou descer no ponto próximo à estação de trem. Pena que circulam apenas trens de carga. Se tivesse trem de passageiros fazendo o trajeto BH-Itabirito seria mais perfeito ainda! A estação não funciona mais no conceito original e foi transformada em ponto de informações turísticas. Aliás, a mercearia foi recomendada como ponto de interesse. Mal sabia a moça que eu estava lá justamente para isso!

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O lado de fora da Paraopeba já promete: uma infinidade de produtos com um toque artesanal ocupando a fachada de forma funcional. Ok, de certa forma todos esses itens pendurados ajudam na “decoração”. Mas as buchas, vassouras, panelas, gaiolas e cestas estão lá porque aquele é o lugar delas, esperando alguém pedir e comprar.

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Do lado de dentro, tem de um tudo, como uma boa mercearia deve ser. Prateleiras cheias até o teto, pacotes pendurados, quase cansa a vista… Mas vale a pena, porque o estoque da casa tinha de tudo. Durante a uma hora em que fiquei lá dentro, entravam clientes sem parar, cada um com alguma necessidade específica e eram sempre atendidos. Tem coador? Tem linha? Tem queijo? Tem chinelo? Tem vela? Tem…. Quase não acreditei quando uma senhora entrou procurando por uma esponja de lavar carro e conseguiu! Ela ainda comentou comigo que o preço era ótimo, metade do que tinha visto no supermercado da rua.

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Variedades a parte, o carro-chefe da mercearia são os alimentos. Fresquinhos e chamativos, eram vendidos por quilo, unidade, pacote, granel… Grãos, verduras, frutas e ovos vindos dos sítios e produtores da região. Tudo arrumado e bem disposto, dá gosto escolher. E mais uma vez, o apelo dos bons preços. Quando estive lá, o feijão estava com preços astronômicos – mas na Paraopeba estava mais baixo do que em SP, quase levei um pacote pra casa.

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Adorei as cestas gigantes, acondicionando pães, bolos e biscoitos. Detalhe para os polvilhos e roscas de um lado e o clássico limão cravo do outro. Tudo dava água na boca. E isso que eu nem fotografei os queijos…

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Nenê, o vendedor, foi muito simpático e oferecia degustação de quase tudo, ai ai ai! Um petisco atrás do outro: o doce de leite, o queijo, a goiabada, o tempero, o biscoito… Me convenceu a levar várias coisas desse jeito. Que qualidade! E eu tendo que me conter – como levar e carregar tudo de volta? Nas fotos abaixo: goiabada caseira embrulhada na folha de bananeira, doce de laranja com pedaços, doce de leite em barra, doce de leite em pote, tempero caseiro com etiqueta do tipo escolar, mel de diferentes variedades e o famoso sabão preto, feito de cinzas.

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Fiquei um tempão na loja, olhando cada cantinho, cada prateleira. Aqui fiz uma seleção de fotos dos produtos artesanais que encontrei à venda: tapetes de malha, galinha de crochê para bico de chaleira, brinquedos de criança (quem lembra dessas galinhas bicando milho?!) e casinhas de passarinho.

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E mais: ratoeiras, chinelos de couro, peteca de folha de bananeira, estilingues e apoios de panela.

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A mercearia é antiga mas se modernizou. Criaram agora uma linha de lembrancinhas (os turistas querem, né?) e tem página no Facebook! O coador de café é um ótimo souvenir, tem tudo a ver com o estilo mineiro de ser. Mas eu levei uma marmitinha de goiabada e a deliciosa conserva de alho crocante, que não estão nas fotos.

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Me despeço com um brinde da cachaça caseira que também provei por lá, saúde!

Fiz mais um tic na minha lista de lugares no mundo a se conhecer, recomendo :-)

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Mercearia Paraopeba
Rua João Pessoa 110, Centro
Itabirito, MG 35450-000
Horário: das 7:30 às 20:00
https://www.facebook.com/MerceariaParaopeba/