01 maio 08
blogueira convidada
E aí, como vão as vendas?
por Andrea

Vendas!

Texto e foto por Cris Paz, blogueira convidada.

Vou começar este texto afirmando que eu queria viver somente das vendas do varejo. Ganha-se mais, há o contato direto com o cliente e o feedback é instântaneo. Opa, acordei!  Estamos no Brasil, país que pisa sem dó no microempreendedor, por isso precisamos ter na manga várias “frentes” de venda. É o que eu faço na Chez Cris. Veja bem, de todos os posts que escrevi para o Superziper, este será o mais pessoal.Acredito no potencial do mercado para os crafters pois tem muito gente talentosa aqui. Mas precisamos amadurecer, profissionalizarmos e nos unir. Calma, pessoal não é papo de sindicalista não. Deixa eu explicar. Temos que praticar preços justos aos nossos produtos, respeitar a concorrência (sim, ela é saudável e essencial para não ficarmos acomodados, sabe?), dizer não às cópias, fazer muita (mas muita mesmo!) pesquisa para trazermos itens sempre criativos e surpreendentes, com conceitos e utilidade.

Precisamos de muita garra e persistência para sobreviver com o nosso próprio negócio no Brasil. Mas sabe, não fico pensando nisso e muito menos me lamentando,  senão desanima, não é mesmo? Bom, chega de papo e vamos ao que interessa.

Antes de mais nada: o preço!
Você precisa decidir em quais frentes de vendas que irá atuar, isso influênciará o cálculo do preço final de seu produto. Por exemplo, se for comercializar somente para o varejo, some todos os custos, mais a mão de obra e dobre o valor. Ai você terá o preço final do produto (mais uma vez, isso não é regra). Às vezes, o produto vale mais que o valor final da conta. Não tem jeito, tem que aprender a ter feeling para precificar, não é ciência exata.

E se quiser atuar também vendendo para o atacado,  veja direito qual será a sua margem para o preço atacado e também para o varejo. Você não deve vender para o varejo com preço inferior do que seu cliente lojista. Exemplo: Vendeu para logista a X, este venderá o produto por XX, você deve vender a XX também, do contrário, seus dias de negócios com o atacado estão contados.

Um resumo das minhas três frentes de venda:

* Vendas no varejo
PREÇO – Como trabalho com o atacado também, tenho duas tabelas: uma para os lojistas e outra para o varejo, esta última possui exatamente os preços sugeridos de venda que indico aos lojistas.
FRETE – Por conta do cliente, mas não é regra.
FORMA DE PAGAMENTO – Era somente à vista com depósito bancário mas eu perdia vendas, ficava frustada. Agora, tenho PagSeguro Uol, que aceita cartões de crédito e débito.
DESCONTO – Só aplico desconto quando a compra é boa e o valor pago à vista.

* Vendas on line
Entendo que é importantíssimo  vender on line. No caso da Chez Cris, 90% das vendas para o varejo são on line. Estou começando no Elo7, mas ainda é cedo para medir o resultado. É um investimento relativamente pequeno, portando mais acessível.
Existem várias outras plataformas para lojas virtuais  ou você pode montar uma loja no seu próprio site, o que exige um investimento mensal, o que pode pesar nas despesas. Mas não descarte, ponha de lado, para planos futuros.

* Vendas atacado
PREÇO – Como já falei, trabalho com duas tabelas uma para atacado e outra para o varejo. Mas vender para o atacado não quer dizer vender a preço de banana, tudo tem que ser calculado, tem que ser bom para o lojista e para você.
FRETE – Por conta do cliente.
QUANTIDADE MÍNIMA – No meu caso aplico um valor mínimo de compras.
FORMA DE PAGAMENTO – 20 dias
DESCONTO – Só quando a compra é boa e o valor pago à vista.

* Desenvolvimento de produtos

 

Teoricamente seria bem lucrativo desenvolver produtos para marcas. Talvez em outras partes do mundo até seja. Mas aqui no Brasil é bem difícil, pelo menos segundo as experiências que já tive. Já tentei cobrar um valor fixo pelo desenvolvimento de determinado produto, mas não consegui. As empresas estão mal-acostumadas, elas entendem que se um fornecedor não topar fazer do jeito delas, outro vem e faz.
Mas a escolha é pessoal. Quem optar em fazer desenvolvimento deve ter capital para bancar o desenvolvimento e a produção antes de receber o pagamento. Sem contar que é preciso ter estrutura para absorver  pedidos. Por isso, antes de entrar neste nicho, estruture-se, fique craque nos demais setores e depois, se achar que vale a pena, tente.

* Digo não à consignação
A gente é tão ingênua e sonhadora no início, né ? Quer ver logo os produtos nas prateleiras de uma loja bacana. O lojista, esperto, sabe disso e se oferece para ficar com seus produtos em consignação. Eu já fiz e digo que para mim não serve. Hoje não trabalho mais com consignação. Só tive experiências ruins, péssimas. Além do lojista não respeitar a marca, ele não cuida das peças. Como não pagou pelos produtos, não faz o mínimo esforço para vender.

As dicas que eu mencionarei acima não são nada demais e nem são regra. Talvez muitas de vocês até já pratiquem todas elas. E o que é bom para mim e para minha Chez Cris, pode não servir para você. Minha dica é sempre absorver o conteúdo e aplicá-lo da sua maneira!

A nossa vida é feita de escolhas.  E o melhor, é que podemos reavaliar nossas escolhas sempre. Se não estiver satisfeita, analise e mexa na sua estratégia de vendas. Eu mesma já perdi as contas de quantas vezes já mudei de rumo!

Faz parte do jogo ;).

******************************

Por final meu agradecimento :

Andrea e Claudia, adorei o convite para ocupar durante um mês este espaço tão querido e respeitados pelas (os) crafters. O tema “negócios” é muito importante, pois levando informação para um maior número de leitores e ajudamos a formar o mercado, fortalecendo-o e quem sabe gerando mais e mais negócios justos e lucrativos.

Às leitoras queridas, desejo toda a sorte do mundo. E lembrem-se, um produto só acontece quando nós mesmas acreditamos no potencial dele.

Bjs e boas vendas

Cris Paz

******************
Na comunidade do Superziper no Flickr estão rolando vários debates interessantes sobre:
* vendas atacado
* consignação
Vai lá e opine, esta espaço é de vocês !

16 ZigZags
  1. Ana Rosas disse:
    02 de maio de 2008 às 11:46

    ADOREI a matéria!!!! Muito obrigada!!!

    Responder
  2. analuci disse:
    02 de maio de 2008 às 14:29

    Gosto muito de seu blog. Aproveito bastante seus posts. Parabéns! Sucesso!

    Responder
  3. 02 de maio de 2008 às 17:07

    Muito, muito boa!!!! Tô enrolando prá ler desde que você postou. :)

    Cris, muito bacanas seus posts!

    Responder
  4. andrea disse:
    02 de maio de 2008 às 17:35

    cris, vamos sentir saudades dos seus posts :). muito obrigada pela participação, estreiou com chave de ouro a seção !!!!

    Responder
  5. 03 de maio de 2008 às 07:36

    Sua participação foi fantástica!!!
    Dicas maravilhosas pra todo mundo que está fazendo de seu amor pelas “manualidades” sua profissão!
    Beijos!!!!

    Responder
  6. Celly disse:
    08 de maio de 2008 às 07:43

    Fantástica série, eu amei todas as postagens ! Cris, obrigada por sua generosidade em compartilhar sua experiência conosco !
    Muito sucesso para vc !
    Beijos !

    Responder
  7. 12 de junho de 2008 às 20:43

    Olá,
    tive conhecimento do blog essa semana e estou surpresa com a qualidade e quantidade de informação! Maravilhoso! Parabéns meninas!!!!!
    Sucesso a todas.
    Beijos, Juli.

    Responder
  8. Claudia disse:
    14 de junho de 2008 às 08:15

    Juli, volte sempre!

    Responder
  9. Dani disse:
    28 de junho de 2008 às 20:26

    Adorei a matéria, gostaria apenas de acrescentar com base em minhas experiências que a loja virtual própria requer muitos investimentos em propaganda e divulgação para dar retorno e os sites como Elo 7, Mercado Livre, Toda Oferta, Etsy e Ebay facilitam muito a venda por serem opções para a venda virtual ja conhecidas pelo publico. Caprichando no título do anúncio, seu produto é facilmente encontrado pelos mecanismos de buscas. Claro que se for possível ter tudo é nota 10.

    Responder
  10. 12 de setembro de 2008 às 02:28

    Parabéns pelo blog!
    Está me ajudando muito, muito mesmo…
    Vou começar a vender meus produtos essa semana… estava cheia de dúvidas… Obrigada!
    Assim que conheci, adicionei no favoritos e tb no flickr!
    BEijos!

    Responder
  11. 12 de setembro de 2008 às 02:28

    Parabéns pelo blog!
    Está me ajudando muito, muito mesmo…
    Vou começar a vender meus produtos essa semana… estava cheia de dúvidas… Obrigada!
    Assim que conheci, adicionei no favoritos e tb no flickr!
    BEijos!

    Responder
  12. Giordana disse:
    14 de março de 2009 às 10:05

    Adorei a matéria, gostaria de acrescentar com minha experiência quanto ao preço, de fato cada caso é um caso, pois não posso com o meu produto somar os custos e depois dobrar o valor fica supervalorizado e se comparado com outros que estão no mercado o seu ficará na prateleira por muito tempo…então penso que um estudo de mercado para saber qual preço esta sendo praticado vai muito bem também! Bjs. Giordana

    Responder
  13. Giordana disse:
    14 de março de 2009 às 10:05

    Adorei a matéria, gostaria de acrescentar com minha experiência quanto ao preço, de fato cada caso é um caso, pois não posso com o meu produto somar os custos e depois dobrar o valor fica supervalorizado e se comparado com outros que estão no mercado o seu ficará na prateleira por muito tempo…então penso que um estudo de mercado para saber qual preço esta sendo praticado vai muito bem também! Bjs. Giordana

    Responder
  14. 28 de agosto de 2010 às 21:38

    Ótimas dicas, Cris!! O que eu sinto é que o trabalho artesanal não é valorizado o quanto deve. dificilmente consigo vender meus produtos pelo preço que eu acho que valha. Tenho a impressão que em cidades maiores, São Paulo, por exemplo, as artesãs conseguem estipular um preço mais aceito pelo público. Mas, aqui em Curitiba percebo que o público opta na grande maioria das vezes pelo valor monetário somente, em detrimento à qualidade do produto. Isso, às vezes, desanima um pouco. Mas, como o amor pelos paninhos, linhas, pincéis e tintas é bem maior que o desânimo, sigo em frente!!! Grande abraço.

    Responder
  15. Luciana Ribeiro disse:
    25 de junho de 2011 às 22:13

    Adorei a matéria! Deu uma ótima luz!
    Eu já passei algumas coisas citadas acima c/ o atacado, quando representava uma confecção.

    Estou iniciando no artesanato e, de cara, prefiro o avarejo.
    bjs

    Responder
Deixe seu Comentário

«
»