Quando estava pesquisando sobre Peru e a região de Cusco, me falaram que eu tinha que conhecer Pisac, uma aldeia da região do Vale Sagrado, conhecida também pela feira de artesanato na praça central. Eu tinha um dia livre antes de começar um roteiro a caminho de Machu Picchu, então aproveitei para ir até lá.
De Cusco é bem fácil de chegar, cerca de 30 min de van ou taxi. A maioria das pessoas vai para ver as ruínas incas, mas o meu foco era a feira :)
Pisac foi construída às margens do rio Vilcanota, entre lindas montanhas – as fotos mostram um pouco. A altitude é um pouco mais baixa do que em Cusco (entre 2.800 e 3.000 metros), então é relativamente mais tranquilo ficar por lá. Se eu soubesse, teria passado os primeiros dias em Pisac para depois subir um pouco mais (dizem que o único jeito de se adaptar a altitude é ir gradativamente).
A cidadezinha é pequena, ruas estreitas e construções típicas – e com um movimento bem mais tranquilo do que Cusco, que parece cidade grande perto dela.
A feira, que acontece às terças, quintas e domingos, tem muitas barracas espalhadas pela praça central. Domingo é o dia com mais expositores e as ruas também recebem os campesinos (camponeses) que trazem suas colheitas da semana. Me falaram também que as barracas mudam de lugar. Conheci um mochileiro que comprou um cinto e depois queria trocar, mas teve que rodar toda a feira até achar o vendedor. Se for assim mesmo, acho mais justo – assim todos têm a oportunidade de expor em um local melhor e ninguém fica pra sempre em um ponto micado.
Tirei bastante fotos para dar uma visão geral do que se pode encontrar por lá. O tradicional do que se entende por “artesanato” peruano, como tecidos, tapetes, panos. Tem muito – em cores lindas, desenhos e estampas de todos os tipos.
Os tecidos são muito usados, até hoje em dia, para carregar coisas nas costas, tipo um furoshiki peruano. Eu comprei um amarelo, bem colorido, pra usar como toalha. Mas é possível também encontrar o tecido na versão repaginada, como nesses tênis! Ficou o máximo!
Muito tricô também. A maioria das peças feitas a mão. Sempre tinha alguém tricotando. E eram pilhas e pilhas para escolher. Os modelos até são parecidos, mas dá para ver que são peças únicas, sempre algum detalhe diferente, sem repetir.
Ah… e os instrumentos musicais também, claro! A flauta ‘quena’ acompanha o manual para aprender a tocar.
Bolsas e sacolas aos montes. Em vários tipos, acabamentos, de lã pura, sintético, misturado com couro…
Coisas para casa e muitas opções para presentear. Jóias em prata e em pedras, trabalhadas. Mineração é a primeira fonte de renda do país, principalmente cobre e prata (o ouro ainda vem muito de mineração ilegal).
Em tecido, bonecos tradicionais de todos os estilo e tamanhos. Queria entender a explicação por traz deles, mas não tive tempo de perguntar.
Ainda falando de tecidos, vi muita coisa tradicional. Estes das quatro fotos abaixo, são peças de família que passam de geração em geração e ficam à venda como se fosse uma penhora. As famílias mais simples entregam seus ‘bens’ aos comerciantes, que levam ao mercado para vender esperando conseguir um bom valor pois sabem que este tipo de manualidade mais antiga tem um valor mais alto no mercado. Se eu pudesse, teria fotografado cada pilha de chapéus, cintas e mantas… Estes produtos familiares eram de uma variedade incrível, peças únicas que contavam histórias (seja pelas cores, pelas tramas e desenhos).
Estes pingentes e pompons também faziam parte deste ‘lote’ e são usados como enfeite de chapéus, tranças e cintos. Reparem que para deixá-los mais enfeitados, eles são bordados com miçangas brancas – vi muito disso.
Ninguém sai de mãos livres, difícil resistir. Tem souvenir de todos os tamanhos, desde porta-moedas (com o logotipo do Peru) e até tapetes enormes. Ou seja, para todo tipo de mala e de turista.
Os peruanos são muito simpáticos. Parei para conversar com estes vendedores, que tinham barracas mais simples e improvisadas. Muito atenciosos e dispostos em contar detalhes para turistas interessados em saber mais. Sobre a a mulher que vendida pigmentos/ tintas farei um post a parte – tenho mais fotos :)
Antes de ir embora da feira, milho! Os coloridos eram apenas para decoração. Mas este gigante com queijo branco eu comi pra matar a fome mesmo… Mais fotos aqui.
De lá, resolvi dar uma passada rápida no mercado municipal da cidade para tomar um suco natural feito na hora e fotografar mais um pouco. Essas sandálias estavam à venda e eram feitas com tiras de pneu, cheguei a ver gente usando. Muito delicado o detalhe da florzinha!
E no caminho paro transporte que me levaria de volta a Cuzco, encontrei um armarinho. A lã que vendiam (parte estava expsta na rua mesmo) era acrílica, mas em cores lindas… Que cidade, o paraíso!
Comentários finais sobre Pisac: vale muito a pena ir!
. Artesanato: quem quiser aproveitar a feira para comprar presentes e lembrancinhas, recomendo levar uma lista (ainda melhor, uma tabelinha) com os nomes das pessoas e o que quer dar para cada uma delas. É muita coisa e é fácil ficar zonzo com tanta opção (foi o meu caso).
. Pagamento: as barracas aceitam apenas dinheiro, soles peruanos ou dólares. Perto da praça tem um caixa eletrônico para quem precisar.
. Transporte: se for apenas passar o dia, saindo de Cuzco tem excursões organizadas por agências. Eu preferi ir sozinha, as vans/ lotações saem da Calle Puputi (informe-se no seu hostel ou hotel como chegar lá). O preço é bem mais em conta. Quando descer em Pisac, informe-se dos horários de volta e local de partida. Taxi também é uma opção, sendo mais vantajoso fazer a ida e volta com o mesmo taxista – sugiro deixar tudo combinado antes.
. Roteiro: Dá para ficar em Pisac algumas horas, uma manhã, um dia inteiro ou vários dias – depende da sua disponibilidade. Em muitos roteiros de agências, Pisac é apenas uma parada rápida no tour pelo Valle Sagrado. Se for por conta própria e puder ficar meio período, você terá que escolher entre a feira e as ruínas. Se puder ficar mais um pouco, um dia inteiro, dá para visitar os dois. E se puder passar a noite e mais uns dias, saiba que Pisac tem um hotel e algumas hospedarias simples. É só pesquisar.
Por mim, eu teria ficado mais, se soubesse que gostaria tanto de lá. Queria conhecer melhor o lugar, ir nas ruínas, subir nas montanhas, ver tudo com calma e poder conversar mais com os comerciantes. Além disso, a altitude é mais amena do que em Cuzco. Pra mim seria o ideal, mas agora só em uma próxima :)
Cláudia, tenho uma foto igual àquela do milho gigante com queijo. A minha foi tirada quando voltávamos de Machu Picchu. Quanto ao significado dos bonequinhos, segundo me foi explicado por uma das vendedoras da feira, eles simbolizam a família e aquele “saquinho” com os bonecos deve ser pendurado em casa, atrás da porta de entrada, como um amuleto :)
Maravilhoso o dia de vocês. Que cores, que vibrante!
Parabéns e gratidão pro compartilhar.
Essa feira é ótima! E os preços bem melhores do que a feira próxima à estação de Aguas Calientes. Comprei muita lembrancinha e enfeites quando fui num mochilão, acabei de casar e me arrependo de não ter trazido muito mais. Os tecidos são lindos.
Lindo seu post, de muito bom gosto como tudo que voces fazem, tudo maravilhosos.bjs
Estive nesse local há dois anos e adorei, comprei uma manta linda que ponho em cima de uma mesa de jardim com várias velas de cheiro que acendo à noite.Também falei com várias Peruanas mas falámos sobretudo da vida em familia e de planeamento familiar o que foi muito interessante, tendo como tradutora uma menina de 12 anos para as mulheres que não falavam espanhol mas sim o dialecto deles salvo erro o quichua. A escola obrigatória é de hà 15 anos para cá. Quero voltar um dia.
Obrigada por partilhar o seu depoimento.
Que delícia de viagem, Claudia. Sempre quis conhecer o Peru.
Minha prima morou lá uns tempos e casou-se com um peruano. Morava em Cuzco.
Tudo tão colorido, não é! Lindo post. Bjinho
Lan
Adorei!!
Vou para Cusco no início de Outubro e esse post veio bem a calhar!
Estou planejando a viagem sozinha junto com o namorado e quanto mais informações, melhor :)
Queria muito comprar um tecido desses coloridões aqui em sp, vocês têm idéia de onde vende por aqui?
oie,
esses tecidos você talvez encontre na Feira Kantuta, que acontece aos domingos no Pari, ou na Rua Coimbra, no Brás, aos sábados.
ah sim, esse milhão maravilha também pode ser encontrado nesses lugares, em dias de festa, pois faz parte do tradicional “plato paceño”. é delícia!
Amei o post. Trouxe informações importantes, estou indo para Bolivia e Peru no final de março e com certeza passarei em Pisac para ver essas belezas. Obrigada!
vou ao Peru em junho e adorei as dicas. Infelizmente o dia programado para o Vale Sagrado e um sabado. Vc sabe se existe alguma feira ou algo de artesanato nesse dia ou so rola as tercas, quintas e domingos mesmo?
Olá gostaria de saber qual o horário da feira de manhã e a tarde, obrigado
Bia noite, adorei seu post, preciso muito desses tecidos peruanos e gostaria de saber o preço deles lá no Peru, pois consegui encontrar aqui, mas queria compara os preços. Agradeço desde já, se for possível me enviar por e-mail. Abraço Tatiana
Onde encontro esses artesanatos aqui no brasil será que tem algum site?
Obrigada por compartilhar sua experiência em pisac. To fazento um trabalho da Universidade sobre a Arte eo Artesanato peruano e seu post me ajudou muito valew.
Onde encontro pompons peruano aqui no Brasil ?